Quem leu meu texto da semana passada no blog da Rede Mulher e Mãe viu que eu comentei que
a minha filha Nina não foi assim, digamos, programada. Claro que no fundo, lá
bem dentro do coração, eu e meu ~amaziado~ marido a desejávamos com muito amor,
mas explicitamente, até então, não estávamos contando com um bebezinho em casa.
Fiquei grávida, ela chegou nas nossas vidas e, plim, passamos a viver
intensamente a maternidade/paternidade.
Acontece que, depois que nasce o primeiro filho, parece que
as pessoas não pensam em outra coisa a não ser… o segundo! A vizinha do 10o.
andar pergunta no elevador, a vó pergunta no almoço de domingo, a professora
pergunta na porta da escola, as amigas, a manicure, o cabeleireiro, a
professora… ufa! É tanta gente querendo saber quando chega um novo bebê que até
a gente fica na dúvida. Perdi a conta de quantas vezes nos questionamos “será
que seremos pais de filha única?”. Sem contar as mil e uma teorias sobre filho
único x mais filhos. Quem opta por filho único parece que está mandando a
criança pra forca: “Coitadinho, vai ser solitário”, “Vai ser egoísta e não
saberá dividir” e até (pasmem!) “Nossa, imagina quando vocês morrerem, ele vai
ficar sozinho” são algumas das pérolas que já ouvi.
Eu não sei vocês, mas aqui em casa a questão sempre foi a
dificuldade de conciliar a rotina da pequena sem contar com o apoio direto da
família, (uma vó mora em outra cidade, a outra, em outro país!). Não rola ligar
do congestionamento às 17h e pedir pra buscar a filha na escola porque você não
vai chegar a tempo, sabe? Outra coisa que também sempre ponderamos é a grana.
Como disse um amigo, o Bruno (pai do fofo Inácio!), se você fizer contas,
simplesmente não tem filhos. Porque é tudo lindo, maravilhoso, mas também muito
custoso. Isso pra falar só duas das questões bem, digamos, “práticas”, que
envolvem aumentar ou não a prole…
Mas enfim, a vida tem lá sua graça. Eu, que sempre achei
meio chato as perguntas sobre o segundo filho e tinha convicção de que seria
mãe de filha única, levei uma lambada do destino. É, pois é, mais um bebê está
a caminho – no alto de seus 4 meses e meio de vida intrauterina, também
resolveu aparecer assim, de sopetão, “chegar chegando”… Ainda não sabemos se é
menino ou menina, mas já entendemos que, assim como a irmã, foi ele quem
escolheu sua hora de chegar – vocês acreditam nisso? De que são os bebês que
escolhem quando querem nascer? Eu sim! :]
obs. A barriga da foto é minha mesmo, e já começou a ganhar
os traços da nova forma que se aproxima. Quem tirou foi o papai – e eu achei
que ficou uma delicadeza que só. Quando vi o resultado, me lembrei de uma frase
de Carlos Drummond de Andrade, que nada tem a ver com maternidade, mas que se
encaixa perfeitamente à imagem: “Tenho apenas duas mãos e o sentimento do
mundo”…
*pra quem quiser acompanhar, estarei todas às quartas lá no blog da Mulher e Mãe. Este texto foi publicado originalmente por lá! :)