22 de dez. de 2010

As peripécias da primeira viagem internacional da Nina

O André estava em Buenos Aires para cobrir o fim da Copa Sul-Americana e logo depois do jogo da final entraria em férias. Aí, veio a ideia de ficar na capital argentina, para que eu e a Nina pudéssemos encontrá-lo por lá. A princípio relutei um pouco, mas depois achei que seria bacana a experiência. Mas, como pais de primeira viagem, nós só não sabíamos que seria tãããão trabalhoso...

Primeiro que, para uma criança viajar só com um dos pais, o outro tem que assinar uma autorização permitindo o deslocamento do filho. Como o André já estaria em BA, eu teria que levar essa autorização comigo, para apresentá-la na imigração - brasileira e argentina. Ok, antes de viajar ele deixou um papel assinado, para que eu reconhecesse firma. Píííííí, primeiro erro: nesses casos, o reconhecimento da assinatura se dá por autenticidade e não por semelhança. Ou seja, não bastava ir no cartório onde o pai tem firma reconhecida, ele TEM que estar presente para assinar ali, na hora.

Nesse momento pensei que teria que abortar a ideia da viagem e perder a passagem. A solução foi levar todos os documentos e emails para o Juizado de Menores, para que o juiz expedisse uma autorização em caráter especial. Detalhe: eu só consegui porque levei duas testemunhas (que não podem ser da família) para garantir que não estava fugindo com a minha filha do país - ficamos mais de 3 horas sentadas num banquinho esperando o documento, sem saber até então se seria possível (ou não!) viajar.

No dia seguinte, acordei às 4h30 para conseguir chegar a Cumbica às 6h30. Já tinha deixado tudo pronto, foi só o tempo de me arrumar, pegar a Nina e seguir com o táxi. Coloquei ela no sling ainda dormindo e ela ficou super bem... Tudo parecia tranquilo, até que, na hora do embarque, a funcionária da TAM proferiu: "Não é permitido embarcar com certidão de nascimento, senhora". Eu, que ainda estava meio sonolenta, acordei. "Oi??". "Não é permitido embarque com certidão de nascimento".

Pííííííí, segundo erro: eu sei que, além do passaporte, só o RG vale para embarque - e que tem que ter menos de 5 anos de expedição. Mas não imaginei-pensei-lembrei que isso valia também para um bebê de 3 meses. Quando comprei a passagem da Nina - sim, porque ela não paga passagem, mas paga taxa de embarque como um adulto - ninguém da TAM fez a gentileza de dizer isso.

"Senhora, está no site da TAM", ela disse. "Mas eu não usei a internet para comprar a passagem, fiz por telefone. E ainda perguntamos para a atendente se era necessário algum documento, ela disse que não", eu respondi, já com cara de poucos amigos. Se estão vendendo uma passagem para um bebê, a empresa deveria lembrar os pais que seria necessário o RG, pois, até que eu saiba, bebês têm certidão de nascimento como documento oficial, e só tiram o registro numa necessidade...

Depois de brigar e ouvir que "o procedimento é de ordem internacional", como explicou roboticamente a atendente da TAM, fiz uma reclamação formal na ANAC e tive que seguir com a Nina, a bolsa e a mala para o Poupatempo de Guarulhos. Tira foto 3X4, dá mamá, faz cópia da certidão, vai pra fila, faz arrotar, acrimba o dedinho... e 45 minutos depois o RG estava pronto. Com o documento em mãos, voltei para o aeroporto e segui num voo remarcado às 11h. 

E esse dedinho? quem aguenta??

O bom é que, depois dessa verdadeira epopeia, qualquer imprevisto em Buenos Aires seria fichinha! E valeu a aventura: a Nina ficou ótima no avião, na ida e na volta... Andamos com ela para vários lugares, ela curtiu bastante, fez o maior sucesso no sling, foi uma delícia, como dá pra ver nas fotos. É aquela velha história: literalmente, não é fácil ser pais de primeira viagem, muito menos se for internacional!!! 

2 comentários:

  1. Mentiiiiiiiiiiiiiira que vc ainda teve que passar por tudo isso!!! Olha, guerreira!!! =p

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  2. Carol!!!! Mega utilidade pública este post!!!!
    Ótimas informações!!!!

    As fotos ficaram divinas!!!! E o dedinho dela no RG, muito fofo!!!! rsrsrs....

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