23 de jan. de 2012

O choro que machuca

Desde que voltei de licença-maternidade, a Nina frequenta o berçário. Não sou desalmada tinha ninguém de confiança que pudesse ficar com a minha filha em casa (minha mãe e sogra moram em outras cidades). Claro que eu poderia ter parado de trabalhar e ficado cuidando só dela, mas isso envolveria questões financeiras e, principalmente, da (minha) sanidade mental - colocando na balança, voltar a trabalhar era a melhor opção (adendo: não digo que não vale a pena ficar em casa só com o filho, admiro quem consegue. Mas não era uma situação pra mim). Também pensei em começar uma carreira home office, (#meta) mas sei que as coisas não acontecem de uma hora para outra...

Bom, para o ano de 2012 nossa ideia era a de ter alguém que ficasse com a Nina durante a manhã e a levasse para a escola (que é pertinho de casa) à tarde. Mas, cadê que a gente achou alguém bacana? É muito difícil encontrar alguém para ficar na sua casa com a sua filha. Sério, eu me vi num dilema (meu único consolo é de que não estou só nesta jornada: em dois grupos de mães que participo nas redes sociais, diria que babá e empregada estão no top do "Procon", com reclamações constantes!).

Como eu disse por aqui, a Nina ficou boa parte das férias em casa com o pai, e curtimos bastante os  momentos em família. Mas ontem o André voltou ao batente (sim, ontem! Domingo é dia de branco pra quem trabalha com esporte!) e hoje fui levá-la ao curso de férias da escola (até então ela ficaria em casa com a moça que não existe e minha mãe viria ajudar. Mas, cadê a moça?...).  Daí que a Nina estranhou muito, embora já conhecesse o local, as tias, os amigos... E, claro, começou a chorar e se agarrou em mim, tipo uma coala. Não soltava de jeito nenhum. Minha vontade era chorar junto sair dali com ela nos braços e voltar pra casa, ligar pro trabalho e dizer: "não volto mais, vou ficar só em casa com a minha filha". Pra sempre. 

Todo mundo da escola me acalmou, dizendo que é assim mesmo. Não que ela não goste da escola (eu sei que ela gosta, se diverte, e, em geral, chora é na hora de ir embora!), mas o fato de ter ficado bastante com a gente a fez estranhar o ambiente. E lá se foram mais de 40 minutos, pé no chão no tapete de EVA da criançada, até eu conseguir acalmá-la (e, pelo menos, soltá-la das minhas pernas), explicando que ela iria ficar ali pra brincar, que eu ia morrer de saudades e que no fim do dia estaríamos juntas novamente. 

Sinceramente, não sei se tem a ver só com o fato dela ser pequena (hoje ela completa 1 ano e 5 meses), porque me lembro nitidamente da cena de crianças chorando na minha sala de 1o. infantil (eu tinha 3 anos, e juro que me lembro!). Uma amiga do trabalho, a Fernanda, disse que também se lembra do primeiro dia de aula, com 4 anos, e de como chorou quando a mãe a deixou. Então penso que não é só a questão da permanência, tão forte nos bebês.

Continuo acreditando que o melhor que posso fazer para minha filha e família é não parar de trabalhar. Cada um sabe o que é melhor pra si e o que funciona na sua casa. Mas quando ela crescer, vou dizer pra ela que nesta segunda-feira aquele choro doeu muito em mim. Machucou mesmo. As lágrimas daquela bebê, sempre tão sorridente, fizeram com que me questionasse se ela vai ficar mesmo bem ou se estou sendo uma boa mãe... E será mesmo que alguém tem essas respostas?

Exaustos das férias... <3

6 comentários:

  1. Ai Carol, que situação...

    olha, eu concordo com vc que o melhor para a família é você continuar com seu trabalho. e enquanto não consegue a meta, esses choros vão acontecer. é difícil e vc tem que ser forte...

    mas a cunhada-torta tá aqui, viu? pra abraçar!

    beijo

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  2. Oi Carol, sei bem oque esse choro que machuca.... passei a mesma situação com relação ao Marquinhos e lendo teu texto passou um filme pela minha cabeça. É difícil e complicado pois eles tem a impressão que estão sendo abandonados mas não desista. Parece fácil falar mas isso é uma fase e vai passar. Quando menos tu esperar ela estará mais tranquila e voçês vão conseguir lidar melhor com esta situação. O Marquinhos foi para o berçario também com 1 ano e meio e ficava o dia todo na creche. O mais importante é conversar com ela (parece que não adinata mas vale a pena insistir)e continue com seu trabalho buscando suas metas e lembrando diariamente do amor que une voçês em família. Flávia

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    1. Pois é, Flávia, o consolo é saber que ela não é a única a sentir isso, e que é uma fase que vai passar... Eu converso muito, muito mesmo, e sei que ela vai entender! Um beijo pra vc e pro Marquinhos!

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  3. Carol, essa dor-culpa nos acompanha sempre! Passo o mesmo dilema que você (e olha que a minha está com dois anos, caminhando para 3). É a pior coisa do mundo ver o filho da gente chorar. Não tenho palavras de consolo, como por exemplo "é só uma fase, vai passar". Mas no fundo acho que estou fazendo o melhor pela minha filha, que socializar com outras crianças fará bem, que sair um pouco da barra da saia faz a criança ter mais auto controle. Tento me agarrar nisso para não desistir de tudo.

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    1. Tb acredito muito na importância dessa socialização, Rô! Se não fosse a escola, a Nina teria pouco contato com crianças, e acho que não seria legal. Tb me agarro nisso pra não jogar tudo pro alto! rs. Mas a gente chega lá, Rô! Estamos no caminho!!! Hoje foram "só" 20 minutinhos de grude comigo no berçário, depois já ficou bem! Beijos pra vc e pra Manu!

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