“É piração cobrar boa forma logo após o parto”. Esta era a chamada de capa de uma revista de celebridades com a atriz global Giovanna Antonelli, que há menos de um ano deu à luz gêmeas e já é mãe de um garoto de 6 anos. Num primeiro momento, meu reflexo foi concordar com ela. De fato, para a maioria das mulheres é muito difícil voltar à “boa forma” logo depois da gravidez. E é isso mesmo. Depois, em casa, refletindo sobre a cena como um todo – a frase na capa da revista na banca – pensei sobre como as aspas soam engraçadas naquele contexto.
Parece que no Brasil uma mulher que use manequim 42 é gorda. Se for 44 então, obesa, tipo baleia-orca-assassina. Se você não tem o peso entre os 50 e poucos que as ‘musas’ das revistas juram que têm, corra pra esteira (corra mais ainda NA esteira!). E por mais que você se sinta bonita, desejada e, principalmente, feliz, fora dos “padrões” de beleza, algumas situações fazem o desserviço de despencar sua autoestima para o dedinho do pé.
Folhear revistas de celebridades na manicure pode ser uma delas. Você tá lá, linda e feliz fazendo a unha no salão pra ficar mais jeitosa, e cai na besteira de pedir a ‘revista da semana’ para saber das novidades. Aí você começa a ver fotos de mulheres magérrimas, lindas (e loiras, muitas vezes), e vai se afundando na cadeira. Aí, lê uma delas dizendo que mantém a ‘ótima’ forma de 52 quilos com dieta e malhação e pensa que não chega nesse peso nem se passar um ano a pão e água – ou só água mesmo. Um momento que deveria ser de relax e alegria, vira um martírio, e apesar de você deixar o recinto com as patinhas da cor da moda, vai pra casa pensando que é gorda e tem que emagrecer – e só.
Aí você engravida, tem filho e vê celebridades que em dois meses após o parto estão lindas (lê-se magérrimas). E o que a mídia faz? As coloca em capas de revistas e matérias de TV como grandes ‘exemplos’. Esfregam as fotos no seu nariz e você se sente, no mínimo, incompetente. Ninguém fala de verdade o quanto é difícil pra cacete perder peso, ainda mais quando se tem um bebê em casa (e a vida fica ainda mais corrida). Ninguém esclarece que essas “divas” têm uma baita estrutura que as permite fazer uma, duas horas de academia por dia (com personal, claro!), enquanto a babá olha o filho, a empregada arruma a casa, a cozinheira faz a comida light e o empresário fecha novos contratos. E, pior, se uma beldade está na casa dos 60 quilos, ou um pouco acima, suas fotos têm como chamadas “fulana aparece com quilinhos a mais”.
Parece que no Brasil uma mulher que use manequim 42 é gorda. Se for 44 então, obesa, tipo baleia-orca-assassina. Se você não tem o peso entre os 50 e poucos que as ‘musas’ das revistas juram que têm, corra pra esteira (corra mais ainda NA esteira!). E por mais que você se sinta bonita, desejada e, principalmente, feliz, fora dos “padrões” de beleza, algumas situações fazem o desserviço de despencar sua autoestima para o dedinho do pé.
Folhear revistas de celebridades na manicure pode ser uma delas. Você tá lá, linda e feliz fazendo a unha no salão pra ficar mais jeitosa, e cai na besteira de pedir a ‘revista da semana’ para saber das novidades. Aí você começa a ver fotos de mulheres magérrimas, lindas (e loiras, muitas vezes), e vai se afundando na cadeira. Aí, lê uma delas dizendo que mantém a ‘ótima’ forma de 52 quilos com dieta e malhação e pensa que não chega nesse peso nem se passar um ano a pão e água – ou só água mesmo. Um momento que deveria ser de relax e alegria, vira um martírio, e apesar de você deixar o recinto com as patinhas da cor da moda, vai pra casa pensando que é gorda e tem que emagrecer – e só.
Aí você engravida, tem filho e vê celebridades que em dois meses após o parto estão lindas (lê-se magérrimas). E o que a mídia faz? As coloca em capas de revistas e matérias de TV como grandes ‘exemplos’. Esfregam as fotos no seu nariz e você se sente, no mínimo, incompetente. Ninguém fala de verdade o quanto é difícil pra cacete perder peso, ainda mais quando se tem um bebê em casa (e a vida fica ainda mais corrida). Ninguém esclarece que essas “divas” têm uma baita estrutura que as permite fazer uma, duas horas de academia por dia (com personal, claro!), enquanto a babá olha o filho, a empregada arruma a casa, a cozinheira faz a comida light e o empresário fecha novos contratos. E, pior, se uma beldade está na casa dos 60 quilos, ou um pouco acima, suas fotos têm como chamadas “fulana aparece com quilinhos a mais”.
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Mamãe-gordinha: a calça não fecha, mas o coração transborda! |
Não estou dizendo que eu gosto de estar acima do peso. Não gosto, mesmo. Quando voltei a trabalhar e passei a deixar a Nina em berçário, aproveitei um tempinho livre e ralei muito para queimar gordura. Ainda estou ralando. Mas é porque quero me sentir bem. Quero vestir uma roupa e me sentir confortável. Quero ter saúde pra levar minha filha no parque e rolar com ela na grama. Ter força nos braços para carregá-la no colo, músculos das coxas que aguentem colocá-la na cadeirinha da bicicleta. E, claro, quero me sentir bonita e atraente (não dá pra virar mãe e esquecer de mim, mas isso não significa que eu tenha que pesar menos que um número pré- determinado de quilos ou usar um número específico de jeans).
Então, Giovanna, sua linda! (eu acho você linda, mesmo!), fica engraçado ler o seu ‘desabafo’ na capa de uma revista que só vende justamente porque é recheada de mulheres magras e belas. Fiquei aliviada quando percebi que você, estrela top, também sofre para ‘voltar ao normal’ após ter filho. Te agradeço profundamente pela declaração, e espero que isso ajude a mudar a cabeça das leitoras, e quem sabe a cabeça dos editores de publicações, e quem sabe a cabeça do mundo da moda... e por aí vai. Efeito dominó, sabe? Que não falte saúde pra você cuidar das suas filhotas e seu filho, nem pique pra você continuar correndo pelas orlas cariocas. Corra, Giovanna, corra! De casa espero te ver mais redondinha na TV, servindo de exemplo para muitas telespectadoras!
Perfeito Carol...
ResponderExcluirVivemos a ditadura da magreza, do cabelo liso e loiro ou com "escova estruturada" e loiro. Todos os dias a mídia solta uma enxurrada de imagens do que se considera perfeito e como manter os 32kg. Pior são as que dizem que não fazem dieta e olha...
Inveja de quem tem tendência a ser magra? Sim, muita. Mas não devia ter, devíamos aprender a nos amar primeiro como somos e principalmente aceitar que 40kg, nem se eu fosse só de osso.
De vez em quando, com a auto-estima bombardeada de lindas, loiras, altas magras e de pernas compridas, penso que se eu tivesse vivido na época de Bottero, quem seria um sucesso seria eu!
falou tudo Carol, bju
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