13 de mar. de 2012

Eu tenho medo de morrer

No começo deste ano, duas partidas me fizeram pensar demais. Uma foi do colega de profissão Daniel Piza e a outra, do filho da minha madrinha, primo de coração, Alexandre. Ambos jovens, saudáveis, com 40 e poucos anos. Os dois tiveram mortes abruptas, daquelas que quando você fica sabendo, não consegue acreditar. Nenhuma morte é "boa", pelo menos pra quem fica. Mas quando a pessoa já tem mais idade ou está sofrendo demais com uma doença, parece que a gente se conforma mais rápido - mesmo que a dor seja igualmente sentida em qualquer caso. 

Acontece que, depois que a Nina nasceu, tenho sentido muito medo de morrer. Não, não é nada patológico, não estou sofrendo de crise de pânico nem nada. Mas tem momentos que meu coração se enche de tanta ternura ao vê-la brincar, sorrir ou até dormir, que sinto que queria ter vida "eterna" pra poder estar sempre junto, ali, do lado, vendo cada conquista, cada passinho. 

Paralelo a isso, acho que rola a sensação de estar ficando 'velha'. Ok, minha vó vai fazer 93 anos em outubro e ela sim é velhinha (bem assentada, diga-se de passagem). Mas eu farei 36 no mesmo mês e aí, quando vejo gente jovem partindo, é inevitável a comparação "e se fosse eu"... Dia desses, falei sério com a Fer, uma amiga de trabalho. Porque me dei conta que o André estava viajando e, se acontecesse algo comigo, não teria ninguém para buscar a Nina no berçário. Claro que rimos juntas, mas percebo o quanto a maternidade mexeu comigo. 

Eu sei que ninguém é insubstituível (#sóumadendo: no campo profissional, muita gente se esquece disso e deixa a vida passar enquanto se mata pra crescer na carreira... pra que, minha gente?). Sei que a vida segue, seja como for, do jeito que for. E só isso já faz com que meu medo de morrer se transforme numa vontade imensa de viver bem e buscar, a cada dia, aproveitar cada minuto com a Nina. Mas, tem dias que acordo assim, com medo. Será que é só comigo?

eu é que não quero perder a chance de curtir com esses dois lindos aí, né? 


19 comentários:

  1. Acho que este é um medo que tda mãe tem. quando somos mães mudamos nossa visão de mundo e prioridades. e me desculpe discordar mas acho que mãe é insubstituivel sim. a falata da mãe jamais poderá ser suprida por ninguem. Tbm morro de medo de deixar meus pequenos enquanto ainda forem dependetes de mim.
    beijos
    #amigacomenta

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    1. oi, Roberta! Tb acho que mãe é única, vc tem razão. Mas quis dizer que mesmo na falta dela, as pessoas seguem a diante (ou na falta de qq outra pessoa, nesse sentido o insubstituível).
      Obrigada pelo seu comentário!
      Beijos!

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    2. Eu também tenho muito medo de morrer e deixar minha filha para outra pessoa criar... não devíamos pensar nisso, devíamos apenas viver, mas é inevitável...Peço a Deus sempre que deixe-me ver minha filha se tornar indepedente..aí sim, acho que terei cumprido minha missão. Sou como o poeta ...acho que mães deviam ser eternas...

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  2. Verônica Nachard Burnquist13 de março de 2012 às 17:30

    Não é só com vc (Em família/pela família ),isso acontesse com os bons pais! Aqueles que sabem que não vieram ao mundo só pra conquistas...E sim quando viramos pais"Essa é a nossa principal função"proteger,ensinar e cuidar,com Muiiito amor das nossas crias! Pois a fama passa,os troféus (Já li...) Se encontram depois em escombros embaixo da terra! Dinheiro a gente ganha,um dia a gente perde! Status sobe e desce,amigos vêm e vão! Agora filhos...Ah filhos é um pedacinho da gente,um sorriso,um olhar... Nosso cordão umbilical é eterno! Bjs

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    1. mto lindo: "nosso cordão umbilical é eterno"! é isso, mas é tb a vontade de estar sempre junto e um querer bem q faz dos laços tão especiais!! obrigada pela visita!!! bjs

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  3. Oi Carol! Tb tenho super esse medo..desde antes do Theo nascer pois eu pensava 'não posso passar por essa vida sem ser mãe', agora mudou para 'tenho que viver muito porque quero ver Theo crescer'...complicado neh? Mães e seus medos..
    Bjão!

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    1. mães e seus medos e dilemas... ah, como esse mundo da maternidade é especial!!! bjs

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  4. Eu também morro de medo, penso muito o que seria deles, quem cuidaria, aí não gosto nem de pensar. Mas essas perdas precoces de amigos deixam a gente mais apavorada ainda né? Deus proteja todas as mães! beijo querida!
    #amigacomenta

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    1. Concordo Cynthia: que Deus, seja qual for a crença, proteja todas nós!!! ;-)

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  5. Acho que é um pensamento comum. A gente só não pode deixar isso virar uma coisa maior, que aí sim vira doença e tudo se complica muito. Temos é que aproveitar a vida, os filhos, as pessoas que amamos. :) Beijos

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    1. Exato!!! Foi o que falei, o medo existe, mas tiro forças dele pra aproveitar cada minuto!!!!! beijos

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  6. Tô no mesmo time, Carol!
    Acho que sempre tive esse medo, mas depois de ser mãe, aumentou muito mais!
    Entendi bem quando escrevesse que o coração enche só de ver ela bricando ou dormindo... esses dias tava olhando ela e quase chorei! É lindo, é vontade de ser eterna mesmo!

    É isso aí... mães sempre querendo os filhotes embaixo da asa!

    Beijos! ;)

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  7. Não é só vc não! Acho que o primeiro sinal de maturidade que a maternidade nos traz é esse, o de termos a noção exata da finitude, de que não somos eternos e do quão frágil é a vida. Primeiro vem uma angústia enorme, um medo de deixar nossos pequenos sozinhos, sem amparo. Mas depois vem outro tipo de sentimento,o de que devemos nos cuidar para vivermos mais (e bem) e principalmente que devemos aproveitar cada minuto dessa vida ao lado de quem amamos.

    Bjs

    #amigacomenta

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  8. Realmente perder alguém que a gente ama não é fácil.
    Tive experiências com meus avós quando pequena, e foi muito triste.
    Sempre fico pensando como fazer quando o meu filho perder alguém que ele ama.
    Ai queria meus pais para sempre, minha família, meus amigos, e ser para sempre tb...

    Beijos,
    Ana Carolina
    #amigacomenta
    http://loucuramaterna.blogspot.com/2012/03/de-onde-vem-o-amor.html

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  9. Eu tb já pensei nisso. Aliás, qual mãe nunca pensou, não é? Eu concordo com vc, a vida deles ia seguir (a gente ia fazer muita falta, mas ia seguir). Mas como perder toda essa gostosura de vê-los, sentí-los, curtí-los???

    Mas como - graças a Deus - a gente nunca sabe o dia que vai embora, o melhor é curtir muito o agora, não é?

    Mil beijos
    Tati
    Mulher e Mãe
    #amigacomenta

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  10. Oieee,

    Sabe, ano passado, quando eu ainda morava no Recife, o marido viajava muito e eu ficava sempre sozinha, sozinha mesmo pois, não temos parente nem tínhamos grandes amigos por lá.
    Neste dias eu meio que entrava em panico mesmo, pensava: se eu morrer aqui, de repente, até meu marido voltar e descobrir as crianças vão ficar sozinhas, chorando, sofrendo...
    Meus Deus, quanta besteira, né??
    Acho q a gente não pode passar pela vida achando que é imortal, isto quer dizer que precisamos ter a consciencia de que temos que viver o aqui e agora mas, também nào dá pra viver com medo, né?
    Mas é certeza que a maternidade muda nossas perspectivas sobre a vida, a gente passa a ser mais cuidadoso na rua, no transito, em casa...
    Fica tranquila, vc num tá loca, ou se estiver, eu também estou! hahahaha

    bjos!!

    Loreta #amigacomenta;)
    @bagagemdemae

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  11. Olha faz muito tempo que tenho pensado a respeito disso, até começo a sentir angústias quando penso, quero que Deus me permita morrer bem velhinha e claro com bastante força, para que eu ainda possa ver os meus netos, e bisnetos pelo menos.
    Medo da morte é algo que tenho, mais não gosto nem de pensar..
    #amigacomenta

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  12. Oi Carol!
    Ainda não sou mãe, mas tenho o mesmo sentimento que você em relação a minha mãe que depende de mim... De certa forma acabo sendo mãe dela também e já me passou pela cabeça que se algo acontecesse comigo, não sei o que seria dela...
    São coisas que passam pela cabeça da gente, mas como o Júnior (meu marido) sempre me diz ninguém morre de véspera e as coisas acontecem quando tem que acontecer... Mas justamente no dia que você publicou esse post um amigo meu comentou que tem esse mesmo medo em relação a filha... Acho que esse medo é normal, afinal se tem uma coisa certa na vida, é a morte... Mas ainda acho que o melhor é espantar esses pensamentos e deixar a cada dia seu próprio mal... E vida longa a todos nós!!! Bjo grande!:)

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  13. Perdi uns vinte tios, quase todos os meus primos, meus quatro avós, um montão de amigos, meu genro tão querido e um filho de
    sete anos. Odeio a morte alheia mas nunca me preocupei com a minha. Nunca, até que ganhei uma netinha, que agora está com cinco anos. Então me veio o medo de morrer. Um horror! Passei a preocupar-me com a filha mais velha, que é professora universitária mas não tem estabilidade no emprego, com a mais nova porque não lhe sobraram muitos parentes, e assim por diante. Socorro! Preciso espelhar-me em meu marido que, sendo
    japonês e zen-budista, aprendeu o desapego. Ama sem apegar-se, adora a neta, ama a família e no entanto encara a morte como algo natural. Ele não fica pensando no fim, apenas vive, e vive bem.
    Aninha de Campinas

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