5 de ago. de 2010

Do fundo do baú da vovó

Um dia minha mãe ligou e disse que tinha várias roupinhas para me mostrar. Coisa fina, direto do baú: peças que foram do meu irmão mais velho, que eu usei e que depois passaram para o meu irmão mais novo. Apesar do longo caminho percorrido e pelos anos de vida, as peças ainda estão em ótimo estado. Falta um botãozinho aqui, outro ali, mas nada que linha e agulha não resolvam.

O mais bacana foi o cuidado da minha mãe. Imagine, guardar peças por três décadas, só na expectativa que um neto ou neta pudesse usar! Demais isso, ainda mais para os dias de hoje, quando roupas, sentimentos e pessoas são tão descartáveis.

Outro ponto alto da supresa foi ver as cores dos modelitos, que refletem a realidade de uma época. Quando meu irmão mais velho nasceu, em 74, não havia essa tecnologia de exame de ultrassom para saber o sexo do bebê. Nem em 76 (quando dei o ar da graça por este mundo), nem mesmo em 81, quando o mais novo nasceu. Se tinha, não era como hoje, assim, coisa tão corriqueira. Então as peças tinham cores "neutras", já que não se sabia se quem sairia da maternidade era um menino ou uma menina.

Daí que minha mãe me presenteou com modelitos brancos e, mudééérrrrno, em tom de laranja. Um espetáculo. Além de dois xales pra lá de trabalhados, um verde e outro amarelo. Ah, teve também um sapatinho de couro, que estava um tanto sujinho, mas eu  mandei no sapateiro e ficou novinho em folha.

Agora eu já vejo as roupinhas novas que a Nina ganhou e penso: "qual delas guardarei para os meus futuros netinhos?"


um dos meus favoritos: conjunto laranja, super retrô
para decorar a peça sem caracterizar o sexo, detalhes em verde e amarelinho

xales trabalhados: cores neutras
macacão branquinho, com detalhe de joaninha

 

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